sábado, 2 de maio de 2009

Oco de coco.


Um dia, vamos todos perceber que estar oco não significa que quando bates nas tuas paredes corporais tenhas, efectivamente, que ouvir o eco do som que bate na parede do outro lado do corpo. Vamos todos saber estar menos ocos, menos flácidos, menos banha de porco com entremeada. Vamos aprender a gostar do cheio, de transbordar e exagerar nas nossas feições.
Um outro dia, vamos perceber ainda que, estar oco não é não saber que dois e dois são quatro. Vamos surpreender-nos e perceber que não é o Inverno nem tão pouco o Outono que nos deixam ocos e despidos porque fazem cair dos nossos braços as folhas que nos vestiam. Porque oco não é por fora, mas sim, por dentro.

Um dia. Mas é só um dia. Enquanto tudo forem só dois dias, não vamos saber isso.