sábado, 2 de maio de 2009

Oco de coco.


Um dia, vamos todos perceber que estar oco não significa que quando bates nas tuas paredes corporais tenhas, efectivamente, que ouvir o eco do som que bate na parede do outro lado do corpo. Vamos todos saber estar menos ocos, menos flácidos, menos banha de porco com entremeada. Vamos aprender a gostar do cheio, de transbordar e exagerar nas nossas feições.
Um outro dia, vamos perceber ainda que, estar oco não é não saber que dois e dois são quatro. Vamos surpreender-nos e perceber que não é o Inverno nem tão pouco o Outono que nos deixam ocos e despidos porque fazem cair dos nossos braços as folhas que nos vestiam. Porque oco não é por fora, mas sim, por dentro.

Um dia. Mas é só um dia. Enquanto tudo forem só dois dias, não vamos saber isso.

4 comentários:

Joana M. disse...

O meu preferido.
Porque não oco coco - nem por dentro nem por fora.

Maria disse...

Estou recheada por ti.

Mafalda disse...

Um dia, até lá permanecemos. E sim, cm muitas promessas por cumprir e outras tantas que nos prometeram...

Um dia *
Gostei imenso do texto:)

luis nuno barbosa disse...

adorei, simplesmente fantástico :)