sábado, 24 de janeiro de 2009

espermatozóide vencedor


Hoje venho com um tema, de certo modo, melodramático.
Pergunto-te: quantas vezes já pensaste na morte e no suicídio. Tu respondes (ou não) e eu concluo que já foram vezes demais, visto que pensar uma vez já são vezes demais.
Informo-te, caso não tenhas já considerado esta hipótese, que és um espermatozóide vencedor. Eis que os teus pais se encontram afogueados e o calor da noite (ou do dia, sei lá) os deixou caídos no meio de suores e prazeres e afins que não vale a pena mencionar. No acto sexual, no útero da mulher são deixados à deriva milhões e milhões de espermatozóides. Todos partilham do mesmo objectivo, a mesma meta mas apenas um é digno da vitória desta corrida que se trava agora. A meta é alcançada: espermatozóide e óvulo abraçam-se e unem-se. Agora são um só. Esse “um” és tu. Foste tu o escolhido. No meio de tantos outros milhões que podiam nascer, bem mais macacudos ou bisontes que tu, tu foste o escolhido. Pode até fazer-se uma analogia entre o Euromilhões e a Fecundação, julgo. Tu és o prémio!

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Epíteto Específico

O livro de Biologia diz, mais ou menos, que um epíteto específico é um adjectivo que só pode ser utilizado quando acompanhado pelo nome do género. E mais, é em letra minúscula. (Isto falando de sistemática e nos grupos taxonómicos)
Então, e tu? Ou e eu? Eu tenho de ir atrás da rapariga mais sexy da minha escola, a seguir-lhe as manias e futilidades? E tu, tens de ir ao mesmo restaurante que toda aquela gente famosa que na realidade não conheces nem um bocadinho? Eu respondo: (a babar-me) Sim! Mas, apenas porque somos hipócritas e pouco salgados.
Farto-me de afogar na banheira, e tenho a certeza que tu também, os meus complexos de pobratanas e simplória. Hoje importa mais um sorriso rasgado com os dentres brancos e alinhados para uma revista qualquer do que um abraço apertado misturado com os suores dos corpos. É realmente e incrivel e injusto o facto de que se não atingires o limite X, não chegas nem a ser respeitado no mundo destas criaturas.
Falta-nos um bocadinho de um eu, às vezes. Grita mais alto que eles, espreita para todos os buracos da parede da tua rua, ri-te sozinho.
Eu valho mais do que três mil escudos para ser carimbada como sinal de pertença a fulado ou sicrano. Tu não?

domingo, 18 de janeiro de 2009

Quem é(s)?


- Truz truz
- Quem é?

- Boa pergunta.


Afinal de contas, quem és tu?
Ah, prazer; eu sou a Maria Inês. Mas...Quem és tu? O resultado de uma noite de loucura ou o fruto de um mês de tratamentos de fertilidade? Um revolucionário? Um pacifista? Aquele-cujo-nome-não-deve-ser-pronunciado? Se não sabes responder, os meus parabéns. És o membro número 100.ooo.ooo.ooo.ooo do CDI (Clube dos Ignorantes). Não leves a mal, eu também pertenço (membro número 1).

Agora que já te deu para rir e descontrair um bocado, deixemo-nos de parvoeiras. Este assunto é demasiado profundo para admitir piadas. Todos passamos por uma fase em que nos questionamos quem somos e qual é o propósito da nossa existência. Eu passei-a hoje à tarde, das seis às seis e meia. Foi uma fase curta da minha vida. Curta, não muito intensa. Há quem passe anos nela...Eu simplesmente achei que não valia a pena. O que sou, quem sou, o que faço nesta esfera, é um mistério. Vai sempre ser. E sabem que mais? Quero lá saber.
Antes prefiro viver a minha vidinha na ignorância do que saber que sou um ninguém destinado a fazer nada, e cujo propósito no mundo é morrer. Não é o que somos todos? Talvez não. Lá está, ninguém sabe e é bom não saber.
O conselho do dia: Junta-te ao CDI e faz propaganda por aí. Quantos mais, melhor.

(Não me resposabilizo por quaisquer efeitos melancólicos que este texto possa provocar)

sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Caldo de galinha


Pensando bem, a vida é um belo d'um caldo de galinha. Até podia ser uma simples canja, uma sopa de espinafres ou até um soufflé de queijo recheado com um suculento naco de carne, ou, quiçá, um arrozito de ervilhas com umas favas verdocas. Mas não, é um caldo de galinha. Passo a explicar o porquê da minha escolha. Analisando bem a nossa vida e, assim muito sintetizadamente, acordamos e olhamos de relance para o espelho na esperança de encontrar reflectida uma Angelina Jolie ou uma Juliana Paes; em vez disso, vemos uma Betty Feia ou, possivelmente, até uma Cruella Devil: gritamos desalmadamente que nem galinhas, melhor… cacarejamos porque por esta altura, as nossas vozes não são mais do que três cordas vocais e meia condenadas a badelar e acordar toda e qualquer pessoa que durma que nem pedra. Lá nos recomponhos e empiriquitamos cheias de berliques e berloques e, sem querer, exageramos nas bijouterias e, no final das somas, já não somos piriquitas mas sim peruas. Depois tomamos o pequeno-almoço, que não é pequeno mas sim migalhas tipo milho porque temos medo que a balança, quando lhe saltamos em cima, se suicide. O que é que eu posso revelar mais de pertinente: lá para o meio dia pomos uns ovitos castanhos com um aspecto muito (ou nada) apetitosos que, com muito amor, oferecemos ao nosso mais-que-tudo. Quando os ovos surgem com mais frequência, passamos a ser as galinhas dos ovos d’oiro (ou melhor, dos ovos podres).
Ora bem, já expliquei a galinha e os ovos. Falta o caldo. Ora bem, o caldo é quando, no fim de chegarmos a casa nos enfiamos debaixo dos lençóis e nos sentimos, acima de tudo, sardinhas moídas de molho.
Tudo isto para dizer que a nossa vida se resume a comer, cagar e dormir. (Ok. Eu não redigi este texto).

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Como rebolar em duas semanas.

É mais que certo: dá qualquer colapso à Humanidade durante as chamadas, estudantis, Férias de Natal. Em duas semanas, as cabeças das pessoas, normalmente cheias, atolhadas, de problemas convertem tudo em chocolates, rebuçados e bombons de várias cores.
Para o Natal já todos levam como obrigação dar uma lembrança a este e àquele amigo que não pode ser esquecido. Eu sei, não é por mal, apenas querem demonstrar o carinho que se tem por alguém e optam sempre, mesmo que em acto de desespero, por algo tão doce como o chocolate. Já lá vai o tempo em que recebíamos meias de todos os tamanhos, cores, padrões (..) Já lá vai o tempo em que recebíamos barbies, e nenucos que faziam xixi. Agora, são chocolates e mais chocolates desta e daquela marca. Vêm em caixas redondas, quadradas, trinagulares e com ou sem desenhos.
Depois de excessos infindaveis, chega o fim de (mais) um ano e todos prometem: Este ano vou começar a fazer dieta - algo que ninguém chega a cumprir. E, pior que ganhar uns quilos e uma dúzia de borbulhas, é que acabamos por ficar com diarreia!

domingo, 4 de janeiro de 2009

A curiosidade matou o gato


Qual é a tua? Pareces parvo, da maneira como chamas pela perigo e pela dor. Quase parece masoquismo. Sim, estou a falar para ti. Bah, agora não me venhas dizer que não sabes do que é que estou a falar.
Sabes quando alguém te diz "Não cheires as minhas meias que cheiram a chulé!" e tu, feito parvo, abres as narinas, pegas nas meias e desejas não o ter feito? Ou então quando alguém, querendo proteger a tua inocência, te avisa "Não toques nesse cacto que ficas aflito!" e meia hora depois estás nos cuidados intensivos a tirar espinhos da mão? Também há aquela "Não abras os olhos". O que é que fazes? Espreitas, pronto. Não vale usar sinónimos. Outro desses teus episódios: "Não andes todo nú pela casa! Vais constipar o grilo!"...Nem preciso de dizer como acaba.
É inevitável. Fazes tudo o que te dizem para não fazeres. É mais forte ...O bichinho entra-te no corpo e sobe-te à cabeça. Tens de o fazer e ponto final. "O fruto proibido..."
Moral da história: Tu e a tua curiosidade vão acabar por matar-te.

Ah, deixa lá...Eu também já quase que destruí o mundo com essas manias. Mas, lá está, eu não sou exemplo para ninguém.

(Pergunto-me se esse tipo de psicologia invertida funciona nestes casos: Não leias este blog. Nem te atrevas a comentar!)